Escola pública que adota apostila vai melhor na Prova Brasil, diz FGV

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Segundo pesquisa, é como se aluno ganhasse seis meses de estudo.

Diferença no desempenho é mais expressiva em matemática.
Fernanda Calgaro Do G1, em São Paulo


Alunos de escolas municipais paulistas que adotam como método de ensino apostilas de instituições privadas têm desempenho melhor na Prova Brasil do que as que não usam esse material, revela pesquisa da Fundação Getulio Vargas de São Paulo. O exame do governo federal, aplicado para a quinro e o nono anos, avalia conhecimentos de matemática e português.

A pesquisa englobou as 177 cidades paulistas, que equivalem a 30% dos municípios do estado, que tinham esses convênios em 2008. Esses municípios reúnem 440 mil alunos na rede pública municipal. A capital do estado não fez parte do levantamento por ter um número muito grande de alunos. Elaborado pelo Centro de Microeconomia Aplicada da Escola de Economia da FGV, levou um ano para ser concluído.

Segundo o estudo, que comparou os desempenhos desses municípios nos dois anos em que essa prova foi feita, é como se os alunos dessas escolas ganhassem seis meses de estudo em relação aos seus colegas da mesma série.

A diferença é ainda mai expressiva em matemática. Na comparação de um ano para o outro, o desempenho de todos os alunos cresceu, mas o daqueles que usam apostilas em sala de aula foi 4,97 pontos maior do que o dos alunos das escolas que não usam esse método de ensino.

Números

Vamos aos números: estudantes do quinto ano de escolas que não usam apostilas tiveram um aumento médio de 12,31 pontos em matemática na Prova Brasil. Por outro lado, aqueles que usam em sala de aula as apostilas aumentaram 17,28 pontos em matemática. A escala de notas da Prova Brasil vai de 0 a 450.

Em português, a diferença no quinto ano é um pouco menor, mas ainda existe. No período, a nota das instituições que não adotaram as apostilas subiu de 185,93 para 186,25, ganho de apenas 0,32 ponto. Nas escolas com as apostilas, a nota subiu em média de 184,65 para 188,43, uma oscilação de 3,78 pontos. Portanto, a diferença entre os aumentos é de 3,46 pontos.

A melhora no desempenho não pode ser atribuída exclusivamente ao método de ensino, segundo o pesquisador André Portela, co-autor do estudo. “Podem haver outros fatores que tenham influenciado nessa melhora, mas há evidência de que esse método pode acelerar essa aprendizagem”, ressaltou.

Mais exercícios

Aluno do quinto ano de uma escola municipal da cidade de Santa Cruz do Rio Pardo, no interior paulista, Gabriel Franciscon Machado, 10 anos, aprova o uso das apostilas em sala de aula. “Acho um privilégio ser da rede pública e usar esse material, que vai ajudar no meu futuro”, diz. Este ano é o terceiro em que a Escola Municipal Arnaldo Moraes Ribeiro adota as apostilas.

Para Bruna Zilotti Bonanata, 13 anos, aluna do nono ano na mesma escola, “é muito melhor com as apostilas”. Ela estudou até a sexta série em uma escola estadual e diz que, em comparação, as aulas agora são mais fortes. “Na estadual, só vamos ter física, química e biologia no ensino médio. Aqui, já temos desde o oitavo ano. Isso faz toda a diferença. O nosso material é o de uma escola particular”, afirma. “Além disso, as apostilas têm muito mais exercícios e pedem mais atividades em laboratório e a gente não precisa ficar carregando muitos livros.”

Na avaliação da diretora da escola, Adriana Franciscon Machado, mãe de Gabriel, a vantagem do método é que pode ser feito um controle melhor do que está sendo dado em sala de aula. “Isso é importante para acompanharmos o que é ensinado e cobrarmos se tiver faltado alguma coisa.